26 de mar. de 2013

O inferno de Sartre ou a parede incômoda

Entre Quatro Paredes (Jean Paul Sartre)
Editora: Abril Cultural
Ano: 1977
100 páginas

Impossível não perceber nas entrelinhas do texto o pensamento filosófico proposto por Sartre. Ali está toda condição de liberdade (inexistente), prisioneiros de nós mesmos e dos outros ("o inferno são os outros"). Cada que vez que leio Sartre (e releio), tanto sua obra literária quanto filosófica, reforço a (malvada) ideia de uma total falta de sentido para a existência. E me dói. Mas leio e releio e digo e repito que talvez (eu disse, talvez) a vida seja realmente dessa forma. Retornando ao texto (e longe das minhas divagações inúteis), importante atentarmos para a ausência de espelhos no espaço cênico, fato este que ilustra muitíssimo bem o que Sartre tenta apreender em um dos aspectos de sua filosofia: me reconheço no outro e é o outro que me condena, sempre. Obviamente, uma leitura apenas literária (e sem as bases sartreanas) é possível, no entanto, prefiro ir para além do texto e buscar um sentido, ao menos no espaço ficcional, para esse estranho objeto chamado literatura, que poderia ser a vida, mas não é.

Mais leituras em:

http://www.goodreads.com/ 

Um comentário:

  1. Ainda que não seja a vida, possui a verossimilhança que a transforam também em espelho...

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