14 de mar. de 2013

Tenho pensado no fim. No fim contínuo, líquido, lacrimoso, escorrendo pelos meus  dedos endurecidos pelo frio. No fim sem recomeços ou mensagens de volto logo, the end verdadeiro. Tenho chorado por madrugadas intermináveis de insônia e de um afeto que não tenho (mas sei onde mora). Mas o que há, então? Será um tentar-encontrar-e-não-conseguir de mim mesma? Tenho diamantes disformes escondidos sob a pálpebra da minha ilusão.Desconheço quem possa viver de um entusiasmo enganador (até sei), aquele brilho egocêntrico ofuscando a minha vontade oca. Ouço Chico, Vinicius, e nada. (re) Leio Caio, Lispector, e não há. Declamo Ana Cristina, e nem ela, a musa, parece me ouvir. Preparo chás, cafés, coragens. Tem um pão de esquecimento para o café da manhã. Tenho um amor do tamanho do mundo, mas não há ponte. Então, cantarolo aquele blues opaco de um  fundo de gaveta e me reinvento,  para me tornar de novo o que nunca fui.

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