31 de jul. de 2013

Ofício (ou não)

Difícil tirar poesia de pedra. Pedra. É tudo que tenho. Um tanto, um pouco, um nada. Respirar é a ordem do dia. Poesia não. Eu quero, mas não dá. Não brota, não grita, não pede atenção. Eu queria acordar azul um dias desses - e a onda, e a onda, e a onda - andou. Sem telefonemas, cartas, cafés, acenos. Nada que me leve para perto da razão. Só o farol iluminando o caminho. Eu queria te dar uns olhos tristes, mas os entreguei ao mar. É. Eu avisei. Subi na mesa aos prantos e os ouvidos estavam cheios de inutilidade, não havia espaço para o meu lamento. Difícil tirar poesia de pedra. Pedra. É tudo que tenho. Tem um poema doendo aqui dentro, mas não sangra.

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