9 de jan. de 2014

Ana, eu te peço




Essa sangria mensal me destrói o corpo. Fico doente de ranger os dentes. Brinco de cortesã: minhas habilidades por um bom prato de poesia pra preencher esse oco. Deus tudo vê na parede da cozinha. Minhas pernas não me obedecem. Sou punida todos os meses porque não desejo procriar. Mãe natureza do cassete. Tenho que ir lá comprar frutinhas pra manter a saúde. E a sanidade, entonces. No ônibus um provável assédio: ajuda com as sacolas e eu te chamo pra sair. Nojo. Nenhum traço de beleza - sim, é só o que importa a partir de agora. Costas largas para que eu possa escalar - devagar e sempre – até aparecer o cavalo branco. Joana me irrita, tenta encontrar sintomas no que escrevo e não aceita o meu hermetismo. Júlio, não. Ele me lê enquanto literatura. Desculpa, Ana. Só tive um dia difícil. Não ando amuada não, é que a existência pesa. Pedras imensas no sapato.

Agora a dor passou. Conversei com o Júlio por um longo tempo e não entendo a resistência da Joana em não perdoá –lo. Mas você não tem nada com isso, não é mesmo? Ah, tem sim! Foi lendo sua poesia que essa história toda começou! E eu de encantos morro por ti, minha sereia.


Um beijo líquido nesse rosto de adeus,

Bia [ que te quer aqui bem perto]




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