13 de jun. de 2010

Para Caio, no seu esconderijo (Para ler ao som de “Valsa de Eurídice” de Vinicius de Moraes)


Tenho precisado tanto de você nos dias chuva. Me sinto  incompleta e sempre em busca da outra parte que se faz distante, ausente. Há dias em que preciso de você ao meu lado até mesmo sem nada falar e apenas ouvir. E como dói a sua ausência, como dói teu silêncio que me afasta e me consome aos poucos como uma tristeza sem fim. Difícil não poder te abraçar e ouvir suas confissões que também são minhas. Insuportável é a dor da tua ausência. Sinto receio em que possamos nos perder em algum momento, mas que possamos pelo menos nos perder juntos. Mas sei que o que temos nunca morrerá. Sinto sua falta imensamente caro Caio e tudo fica tão vazio, pálido, sem vida quando você não está por perto... Há dias em que eu não sinto nada, absolutamente nada, apenas a sua ausência preenchendo este meu cotidiano de esperas e uma imensa vontade de gritar o que ninguém pode ouvir talvez nem mesmo você, pois minha dor é muda e profundamente silenciosa. Eu, que domino tão bem as palavras, já não consigo expressar a falta que você me faz. Está difícil, muito difícil. Mande notícias.

Beijos enfermos,
Da sua Clarice. 

Um comentário:

  1. É Clarice,

    Esta falta parece mesmo coisa séria. Soube que já recebeu vários diagnósticos, mas o mais importante é que funciona como o "efeito dupla" dos gêmeos.

    Beijos enfermos,
    C.

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