29 de mai. de 2013

Carta para Mrs. Apple

Prezada Mrs. Apple,

Me desculpe  pela ausência nos últimos meses, é que ando ocupada tentando desvendar a lógica do amor (ou a falta de).  E do caos. E do amor-caos, enigma que me  faz sucumbir dia após dia (ou em todas as manhãs em que abro os olhos para o nada.). Do caos, entendo bem. Mas do amor, não. É na instabilidade do caos que o amor me corrompe. E se eu bebesse uma gota de ácido? E se eu brindasse com a morte esta angústia que não finda? Onde está o roteiro de todo esse desejo? Um bom chá e um jazz, Mrs. Apple, para embalar a dor. Inferno que não quero.

P.s: Leio Clarice e ela me diz: "Eu amo a minha cruz, a que doloridamente carrego. É o mínimo que posso fazer de minha vida: aceitar comiseravelmente o sacrifício da noite."  Será que devo, Mrs. Apple? Aceitar essa via de mão dupla?

Um abraço.

Melinda Allen.



2 comentários:

  1. amei Cartas, instigante, uma vontade de continuar de querer mais de procurar entre fendas alguma coisa perdida...
    Lilian

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  2. Ah minha poeta, o que seria de nossa humilde existência se não fosse a invenção de outras vidas... Obrigada pela leitura!

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